Cientistas defendem ‘lockdown já’, mas novo ministro é contra

No sudoeste o município de Clevelândia, decretou o lockdawn de sábado (13) até dia 21 de março

Estados e municípios começam a se pautar pelo sucesso do lockdown em experiências dentro e fora do Brasil, e cientistas defendem a adoção urgente da restrição máxima à circulação para frear a pandemia. Os pesquisadores afirmam que o desafio é adotar uma estratégia impopular de forma ampla sem o apoio do governo federal. O novo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse que o lockdown “não pode ser política de governo” e só deve ser usado em “situações extremas”.

Nos últimos dias, Araraquara (SP) conseguiu reduzir a transmissão do coronavírus com o lockdown. Belém (PA), São José do Rio Preto (SP) e Ribeirão Preto (SP) e o estado de Minas Gerais também adotaram medidas mais duras.

Ontem, o governo de São Paulo informou que cerca de 30 municípios optaram por adotar regras mais restritivas do que as impostas pelo estado. A prefeitura de Campinas tenta coordenar a adoção do lockdown com 20 municípios da região. Veja em infográfico com imagens 3D como o lockdown funciona.

No sudoeste o município de Clevelândia, decretou o lockdawn desde sábado (13) até dia 21 de março,  ou seja, todo o comércio e indústrias estarão fechados.

A ação foi tomada com o objetivo de diminuir o contágio da covid-19 em Clevelândia, que tem registrado uma crescente de casos da doença nos últimos dias.

O documento proíbe ainda a circulação da população pelas vias públicas do Município. “Somente será admitida a circulação dos munícipes em caso extremo e por situação extrema de saúde e outras situações devidamente justificadas.” Em caso de trabalho, o cidadão deverá apresentar declaração que justifique o deslocamento. 

Com o lockdown, fica permitido o funcionamento apenas de hospitais, consultórios, clínicas e unidades de saúde; farmácias e drogarias apenas por delivery; agropecuária e veterinárias em plantão emergencial; floriculturas em delivery; supermercados, mercados, mercearias  e estabelecimentos de frutas e verduras e postos de combustíveis autorizados. Com relação a bancos, poderão funcionar apenas em sistema online.

Setores como de bares e restaurantes, pet shops, padarias e açougues serão autorizados a funcionar apenas em sistema delivery.

Em paralelo: no Rio, o governador em exercício, Cláudio Castro, decidiu estender as medidas em vigor por mais duas semanas. E a prefeitura da capital fluminense afirma que pretende abrir novos leitos: a cidade atingiu 94% de ocupação nas UTIs. “O cenário está mudando muito rápido” , disse o secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz.

O que foi dito: o novo ministro da Saúde, o cardiologista Marcelo Queiroga, pregou a ampliação da vacinação contra a Covid-19 e a melhoria da rede hospitalar como caminhos de curto prazo para combater o coronavírus. Também defendeu políticas de distanciamento social e o uso de máscara, em uma mudança de tom em relação ao ministro Eduardo Pazuello, de saída da pasta.

Com o foco nos dois temas, Queiroga pretende ficar à margem de polêmicas sobre temas caros ao presidente Jair Bolsonaro, como o uso de cloroquina e a insatisfação com as restrição à circulação. No entanto, ele já recebeu pedido de governadores para coordenar medidas nacionais.