O TRÁGICO ACIDENTE AÉREO.

Por Silvio Antônio Giordani

Na madrugada de 29 deste mês, completou quatro anos do acidente com avião da Chape.
Antes, na noite de 23 de novembro do mesmo ano, no jogo contra o time do Papa, Danilo fez uma defesa monumental aos 48 minutos do segundo tempo.
Arena Condá estava superlotada e muitos corações sofreram até o final do jogo. Quando o árbitro apitou o final da partida, estes mesmos corações vibraram como se não tivesse o amanhã.
Jamais vi tanta alegria no povo de Chapecó com a classificação.
No dia seguinte do histórico jogo, Sandro e eu estávamos sentados na arquibancada da Arena Condá, praticamente vazia, assistindo o jogo sub-dezesete entre Chape x Avaí.
Nós queríamos analisar o desempenho de alguns atletas. Especialmente o atacante Bruno.
Além do jogo, estávamos acertando detalhes para o nosso primeiro encontro “amigos da bola” que seria realizado em Pato Branco, nossa cidade natal no dia 2 de dezembro do mesmo ano.
Enquanto assistíamos o jogo e falávamos sobre os amigos da bola, vibrou o celular do Sandro.
Era o nosso amigo Rui Bodanese que estava passando por Chapecó e queria dar um abraço no Sandro. Quando o Sandro viu quem era, falou rindo: É o Rui motoserra. Kkkk
Me deu o celular para sacanear o Rui, kkkkkk em seguida Rui também estava na Arena.
Quatro dias e mais algumas horas após a nossa conversa, aconteceu o que todos sabem…
Hoje prefiro lembrar do menino Sandro, do jovem, do homem que tinha espírito inovador, sonhador que com sua determinação e garra, conseguiu o que ninguém imaginava. Transformar uma equipe pequena, falida do interior de Santa Catarina em uma equipe de respeito no cenário mundial.
Sandro sempre teve o apoio da família, sua esposa Duda segurava as broncas na empresa juntos com os filhos, Dayane e Matheus.
Sandro e equipe, colocaram a Chape entre as 20 melhores do Brasil, isso em apenas 6 anos.
Muitas das equipes grandes, queriam saber qual era o segredo para o sucesso, ano após ano.
Sandro! Vc e sua equipe, fizeram muitas pessoas se divertirem nas tardes de domingos meu amigo. Não foi só flores, para chegar onde chegou a Chapecoense, muitas pedras no caminho foram retiradas, muitos espinhos arrancados e alguns inimigos não faltaram.
Sandro jamais concordou com as falcatruas que estes estavam acostumados a fazer.
Ainda bem, pois aqueles não mereciam sua amizade.
Mas a imensa maioria do povo chapecoense, tem admiração e gratidão por ti e sei que vc tem por eles.
Sua família tem muito orgulho de vc, não só pelo Sandro da Chapecoense, mas pelo Sandro filho, pai, esposo, irmão, companheiro e conselheiro.
Seus amigos da velha guarda, lembram de vc com muito orgulho.
A terra do Cacique Condá da Tribo Chapecó, lhe agradece por tudo.
O povo Chapecoense através do Prefeito Boligon e da Câmara dos Vereadores, homenagearam o Sandro Luiz Pallaoro, construindo uma das maiores e mais bonitas praças de Santa Catarina com o seu nome.
Hoje em qualquer lugar do Brasil e do mundo, quando falamos que somos de Chapecó, todos lembram da Chapecoense, não apenas pelo acidente, mas pela equipe que media forças com equipes renomadas do Brasil e da América Latina sem medo.
Que Deus tenha acolhido a todos vcs em seus braços.
Agradeço a Deus por ter colocado vc “Briguento” no meu caminho.
Fique com Deus.