SEMPRE POR PERTO

E Ele Está Aqui – Descobrindo as Vigílias de Oração

Com a irmã Ana e Maurílio, seu filho, eu e a Dulciane conhecemos as vigílias da Igreja Batista da Lagoinha.

Todas as sextas-feiras, no Salão conhecido como cenáculo, havia uma vigília que se iniciava às 22 horas e ia até as 06 da manhã.

Era uma vigília que reunia mais de cem pessoas na época e tinha um Seminarista que chamava-se Élcio, cheio do Espírito Santo, homem de Deus, como responsável por dirigi-la.

Élcio conduzia aquela vigília de uma forma muito ungida, com amor e muita graça, trazia a palavra, o tempo de louvor e adoração e oração.

Quando orávamos o Senhor nos ministrava poderosamente.
Várias pessoas tomadas em línguas estranhas, outras em cânticos espirituais e algumas traziam palavras proféticas.

O temor de Deus pairava sobre o ambiente e o resultado em nossos corações era de arrependimento e rendição ao Senhor, outras vezes de adoração profunda.

Naquele lugar orei muito pelos meus dias futuros, por aquilo que eu me tornaria no sentido profissional e espiritual, pela minha família presente e por aquela que eu formaria quando um dia viesse a me casar. Orava também visando conhecer a vontade de Deus para minha vida.

Um dia tive uma experiência muito interessante.
Estava no grupo familiar do Itapuã, como costumeiramente fazia todas as sextas e iria depois da reunião para a vigília da Lagoinha.

Terminado o culto na casa da irmã Aparecida fui para o ponto de ônibus com o meu violão.

As ruas ali não eram bem iluminadas naquele tempo. Por se tratar de um bairro bastante arborizado muitas penumbras se faziam no ambiente.

Estava no ponto esperando o ônibus que me levaria com direção ao centro da cidade e que passaria em frente ao acesso para a IBL, próximo à Avenida Antônio Carlos.

De repente vi uma pessoa descendo pela rua em minha direção a cerca de uns 50 metros de distância.

A rua estava deserta, sem viva alma. Apenas eu e aquele que agora já próximo e com algo que parecia um revólver na cintura.
No momento em que o vi, imediatamente comecei a orar e buscar a misericórdia de Deus no sentido de prover um livramento para aquele possível assalto.

No meio da oração, apontou no alto da Rua Montese, um ônibus que vinha em direção contraria aquela que eu desejava. Era a lotação do Vila Clóris indo em direção ao bairro.

O que eu esperava era um que fosse para o centro mas não questionei Deus, apenas aceitei o livramento e sinalizei para o ônibus.

Entrei no ônibus antes que o indivíduo se aproximasse de mim.
Foi um grande livramento de Deus e no mesmo ônibus, depois de ter o mesmo ido ao seu destino final, rumei para o centro da cidade para a abençoada vigília daquela noite onde pude contar o testemunho do cuidado de Deus e da resposta de oração.

Sei que até hoje recebo de Deus respostas das orações que fiz naquelas noites e madrugadas.

Maurílio, filho da irmã Ana, era um jovem muito fervoroso e gostava muito de orar em montes.

Eu jamais tinha orado em montes de noite.

Com a irmã Ana e ele fomos uma vez orar com uns irmãos no monte, na Serra do bairro Capivari.
Eram irmãos e irmãs da Igreja Assembléia de Deus e de outros ministérios. Muitos deles homens e mulheres de Deus usados em diversos dons espirituais.

Certa feita Maurílio quis ir orar no monte num dia em que não tínhamos certeza se os irmãos estariam lá. Fomos apenas eu e ele. Desta feita sua mãe não poderia estar.

Fomos para o Centro da Cidade e de lá pegamos outro ônibus para a Serra Capivari. Chegamos ao destino próximo das 11 da noite.

Descemos do ônibus e para chegar ao acesso ao monte teríamos que passar dentro de uma favela densa.
Estávamos acostumados a acessar aquele lugar com vários irmãos e irmãs, jamais sozinhos como naquela ocasião.
Adentramos a favela e fomos subindo na direção do local de oração.

Uma das pessoas nos interpelou, ao ver-nos sozinhos e perguntou: “Vocês estão fazendo o que aqui, não tem medo de entrar aqui nestas horas?” Maurílio, cheio de fé, respondeu: “Estamos indo para o monte a fim de orar e buscar ao Senhor”.

O homem afirmou: “Tomem cuidado. Aqui é muito perigoso”.
Depois de orarmos naquele monte, descemos por volta das 2 da manhã e retornamos para nossa casa sem maiores problemas.

Algumas coisas ressalto aqui.

Como éramos mais crentes, mais dispostos, mais ousados!
Claro, em nossa ingenuidade minimizávamos os riscos e nisto a misericórdia de Deus nos guardou.

Não haviam distancias, não haviam desculpas e nem mesmo os riscos eram empecilhos para nós.

Hoje Deus continua nos chamando a esta disposição e deseja encontrar aqueles que, por Ele e com Ele, façam muito mais do que imaginam poder fazer.

Que Ele encontre a mim e a você com esta disposição.

Fernando Alberto Araujo

Pr. Fernando Alberto Araújo -  Ministro do Evangelho Ordenado em 1988 na Cidade de Belo Horizonte pela Convenção Batista Nacional. Atua na Comunidade Batista Betel  desde 1994 em Francisco Beltrão e no Sudoeste do Paraná e Oeste Catarinense. Hoje é Pastor Presidente da CBB Pato Branco.