DESNORTEAMENTO
DESNORTEAMENTO
(Alva Rubra)
Eu era uma máquina de segredos…
Datilografando proibidos desejos,
Em folhas do passado, assinadas com meu beijo.
Perfume exalava dos melhores pensamentos,
Me fazendo sorrir nesses raros momentos…
Até que ele chegava, e sumiam com o vento.
É tão confuso, não compreendo!
Sentia ódio, sentia nojo,
E saudade ao mesmo tempo.
Tentando esquecer, me entorpeci de cada jeito…
Não queria e queria-o por perto.
Não queria e queria vê-lo sofrer.
Cortei minha carne, esfolei meu corpo.
Tentei limpa-lo das vezes em que o tocou…
O sangue levava embora, o que tu contaminou.
Sequei as lágrimas,
Me vi com medo no espelho:
O que eu estava fazendo?
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Alva Rubra nasceu em 1997 em Francisco Beltrão (PR), onde reside atualmente. Integrante do Centro de Letras de Francisco Beltrão, além de poeta, é escritora, desenhista, editora de fotos e fotógrafa amadora. Possui três obras literárias no prelo. Participou da coletânea “Pratas da Casa”, 2023. Tem publicações surrealistas, psicodélicas e tantos outros estilos artísticos, em sua página do Instagram @expressyourselfart400, onde busca incentivar a não temer expressar e expor seu verdadeiro eu.