HOMEM-OBJETO
HOMEM-OBJETO
(Cleusa Piovesan)
Sem criar expectativas
Seguimos rumo ao incerto
Ou apenas sem rumo
Enquanto as engrenagens do mundo rodam
Totalmente desconexas
Fora de prumo
Morreram as verdades absolutas
O amanhã é uma incógnita
Escatologicamende desordenado
Entendemos que o futuro
É um imenso deserto
Permeado de um nada
Perderam-se as esperanças
Nas veias abertas do infinito vazio
Que destituídas de idealismos
Não têm mais por que pulsar
Num corpo que se tornou um autômato
Um homem-objeto perdido, fora de lugar
Em pouco tempo de incertezas
Com mirabolantes transformações
Individuais, coletivas e sociais
Políticas, econômicas e ideológicas
Esse novo ser que eclodiu do caos
Ficou sem razão, sem emoção, sem lógica
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Cleusa Piovesan – Doutoranda em Letras, Mestra em Letras, com graduação em Letras – Português/Inglês e em Pedagogia; organizadora de dois livros com alunos, e 12 obras de autoria própria; tem participação em mais de 50 antologias e coletâneas; é Acadêmica do Centro de Letras do Paraná, da Academia Brasileira de Letras e Artes Minimalistas, da Associação Brasileira de Poetas Spinaístas, e do Centro de Letras de Francisco Beltrão.