PORTO (IN)SEGURO

PORTO (IN)SEGURO
(Fátima Petrazzini Grubler)

Posso ser a aurora ferida,
O aroma que brinda alegrias,
O inverno das águas cristalinas,
A folha verde derretida.

Posso não ser o que queria,
Posso desmaiar de nostalgia,
Posso ascender o fogo molhado,
Vagar no sonho e na partida.

Ah! Noite, sono que não quero!
Tanta gente ansiando uma cama…
Uma coberta quentinha,
Um lugar tranquilo…

E eu enrolada e acordada.
Mas penso em todas elas
Que perderam vidas…
O aconchego dos lares.

Reflito, angustio-me,
A que ponto chegamos?
Dominamos a natureza,
Mas não foi o bastante.

Criamos o Estado
Para nossa proteção.
E, hoje, massacram,
Nossa educação!

As fontes circulam em instantes,
Uma bomba do negacionismo,
Que se alimenta e reproduz
Pela hegemonia dominante.

Giro e tonteio,
O mundo é cruel.
Ressignifico e crio:
Assim, metamorfoses!
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Fátima Petrazzini Grubler nasceu em 2004, em Planalto (PR), residindo no distrito de Barra Grande do mesmo município. É formada no curso profissionalizante de Formação de Docentes do Colégio Estadual Rocha Pombo de Capanema / Paraná. Graduanda do curso de Letras Português /Espanhol da Universidade Federal da Fronteira Sul/Campus Realeza. Integra o Centro de Letras de Francisco Beltrão. Participou com Spinas da Coletânea “De mãos dadas” em 2021; “Metamorfose Poética”, 2022; “Pratas da Casa”, 2023 e “SPINA a Nova Poesia Brasileira”, 2023.