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O pacto entre o Bolsonarismo e a Fake News: a semelhança da literatura à realidade brasileira

O inquérito das Fake News tem tomado protagonismo nas discussões da política nacional. Trata-se de uma investigação a uma suposta rede de Fake News utilizadas para difamar opositores e valorizar ações do governo de Jair Bolsonaro. Essa rede, intitulada de “Gabinete do Ódio”, é investigada por receber verbas públicas para a campanha de difamação. Nesse contexto, vou exporuma análise com as semelhanças entre as Fake News, a propaganda e o autoritarismo.

Primeiramente, existe um livro chamado “O Pacto entre Hollywood e o Nazismo”, escrito em 2013 por BenUrwand, que relata documentalmente a parceria entre os estúdios de cinema e o governo de Hitler. Em troca de dinheiro, grandes estúdios hollywoodianos faziam filmes que bem avaliassem o governo alemão, ou então, prometiam não o difamar, principalmente na questão da perseguição judaica. Analogamente, hoje, grandes emissoras de televisão, como Bandeirantes, SBT e Record cada vez mais simpatizam ao governo bolsonarista, em afeto “amigável”, como se houvesse um tipo de parceria entre ambos. Curioso, diga-se de passagem.

Semelhantemente, hoje, o Inquérito das Fake News investiga a relação de financiamento de parte do Governo para com a continuidade dessa “propaganda” de notícias falsas. Creio que não temos um Ministério da Propaganda, como Hitler tinha em seu governo, mas não há dúvidas de que a persuasão por meio de notícias de credibilidade duvidosas fortalecem uma imagem fictícia do Governo de Bolsonaro.

No livro, Bem Urwand expõe de maneira detalhada as ambições do governo alemão ao utilizar a propaganda. Segundo o autor, Hitler tinham ciência de que gerar uma boa imagem do governo à população desembocaria em uma maior aceitação e persuasão popular. Aparentemente, o bolsonarismo tem ciência do poder propagandístico e copia minuciosamente essa tática nazista.

Nesse contexto, na segunda, 15, Sara Giromini, popularmente conhecida como Sara “Winter”, bolsonarista, líder do movimento “300 do Brasil”, foi presa pela Polícia Federal, acusada de ser a cabeça de um esquema de divulgação de notícias falsas, no contexto do gabinete do ódio. Ela, que utiliza de pseudônimo “Winter” – muito semelhante ao nome da espiã britânica Sarah Winter, que trabalhou para Hitler pela União Britânica de Fascistas durante a Segunda Guerra Mundial– garante não ter parte com essa investigação, muito menos ser associada com o nazismo. Sua fala, entretanto, é muito conflitante, levando em consideração o pseudônimo e a cruz de ferro tatuada em seu ombro.

Isto posto, é inegável perceber que em vários aspectos o Governo Bolsonaro flerta com pontos do autoritarismo de extrema-direita. Vide seus apoiadores, vide seu próprio discurso, podemos claramente ver que, acaso não tivéssemos instituições bem constituídas, nossa democracia poderia estar em risco.

Qualquer semelhança com o nazismo, não é brincadeira, não é mera coincidência. É crime e deve ser combatida.

Matheus Augusto

Matheus Augusto da Cruz, acadêmico de medicina da Unidep, dono das páginas Aletheia, no Facebook e @apriorialetheia, no Instagram