Paraná e Espírito Santo firmam acordo para trocar experiências na área de inovação
O protocolo de intenções foi assinado pelos governadores Carlos Massa Ratinho Junior e Renato Casagrande durante o evento Folha Business, promovido pela gestora de investimentos Apex em Londrina, no Norte do Estado. A intenção é promover a integração dos ecossistemas de inovação.
O Paraná e o Espírito Santo firmaram um acordo nesta quarta-feira (30) para trocar experiências e promover a integração dos ecossistemas de inovação dos dois estados. O protocolo de intenções foi assinado pelos governadores Carlos Massa Ratinho Junior e Renato Casagrande durante o evento Folha Business, promovido pela gestora de investimentos Apex em Londrina, no Norte do Estado.
A intenção é promover a integração dos ecossistemas de inovação por meio do compartilhamento de experiências, conhecimentos, tecnologias e recursos, com o objetivo de gerar novos negócios e fortalecer a economia dos dois estados. Para isso, está previsto a realização de eventos conjuntos, como hackatons e encontros para fomentar a troca de ideias e o networking entre os empreendedores, investidores e agentes que atuam na área.
Também serão criados programas de intercâmbio entre startups e empresas inovadoras paranaenses e capixabas para ampliar as oportunidades de negócios e a internacionalização desses empreendimentos, além de missões empresariais e tecnológicas para promover a troca de experiências e conhecimentos sobre tecnologias e tendências de mercado.
Ratinho Junior destacou que o Paraná e o Espírito Santo já têm um histórico de colaboração em diferentes áreas. “Os estados ficam mais fortes atuando de forma conjunta. Fomos atrás de uma tecnologia capixaba voltada às empresas que querem se instalar no Paraná, um software desenvolvido pelo Espírito Santo e que hoje é utilizado pelo Paraná. Já o nosso programa de habitação, o Casa Fácil, também está servindo de exemplo para uma iniciativa similar por lá”, explicou.
“Então essa troca de experiências entre aquilo que está dando certo nos nossos estados é muito boa, porque de alguma maneira colabora com a melhoria da gestão pública, e uma gestão melhor significa mais qualidade de vida para a população”, completou Ratinho Junior.
Para Casagrande, a parceria fortalece os dois estados, que têm um bom posicionamento na área de inovação. “Esse protocolo vai permitir a troca de experiências de políticas públicas, principalmente na área de inovação, o que nos ajuda a andar mais rápido. E é isso que precisamos na administração pública, rapidez na aplicação das políticas que facilitam a vida dos estados e da população”, afirmou.
O secretário estadual da Inovação, Modernização e Transformação Digital, Marcelo Rangel, destacou que o protocolo de intenções entre os dois estados é inédito nesta área e vai possibilitar também a ampliação da capacitação de mão de obra para a área de tecnologia. Ele explicou que o Paraná conta atualmente com 18 parques tecnológicos que contribuem com a consolidação de ecossistemas inovadores em todas as regiões do Estado.
“Queremos linkar os ecossistemas paranaense e capixaba para fazer com que as empresas dos dois estados tenham mais oportunidades em termos de tecnologia, além de exportar o que produzimos por aqui e buscar as experiência que eles têm por lá”, disse Rangel. “Outro objetivo é a formação dos nossos jovens para atuar nessa área, que apresenta grandes oportunidades tanto no Brasil, quanto no Exterior. As pastas de Inovação dos dois estados vão trabalhar num grande projeto de qualificação dos nossos jovens”.
EVENTO – A primeira edição do Folha Business reuniu empresários e lideranças de Londrina para debater temas relacionados à política, empreendedorismo e finanças, buscando fomentar o mercado local. No painel protagonizado pelos governadores, Ratinho Junior e Renato Casagrande discutiram temas relacionados à integração nacional e ao desenvolvimento regional. Paraná e Espírito Santo compõem juntos o Consórcio de Integração Sul e Sudeste (Cosud), que já traz essas discussões no âmbito político.
Segundo o presidente da Apex, Fernando Cinelli, o objetivo é levar os debates que acontecem no âmbito nacional para fora dos grandes centros, trazendo governadores de estados que são referência em diversas áreas. “A intenção desse evento é fomentar o ecossistema de mercado de capitais de forma local, para trazer ao Paraná e Londrina conteúdos relacionado à política, empreendedorismo e finanças, debatendo com a sociedade e os empresários locais”, explicou.
Apesar das diferenças territoriais e populacionais – o Espírito Santo tem cerca de 3,8 milhões de habitantes, enquanto no Paraná a população ultrapassa os 11 milhões de habitantes –, os dois estados têm similaridades econômicas. Ambos se destacam no cenário nacional em termos de solidez fiscal, atração de investimentos e infraestrutura.
“Estamos no centro da América do Sul, somos a ligação entre o Sul, o Sudeste e o Centro-Oeste e estamos nos capacitando para se tornar a grande central logística do continente”, afirmou Ratinho Junior. “O leilão do primeiro lote das concessões rodoviárias foi um sucesso, que deveremos repetir nos próximos certames. Isso vai trazer R$ 50 bilhões em investimentos nas nossas rodovias, dentro de um modelo que será referência para os outros estados brasileiros”.
“O Paraná e o Brasil precisam de investimentos privados principalmente na área de infraestrutura, porque um estado sozinho não consegue executar as obras que são fundamentais para reduzir os custos de produção. A logística tem um peso muito grande nos custos das nossas empresas”, acrescentou o governador paranaense.
“Por isso, além das rodovias, estamos fechando esse ciclo em todos os modais, com investimentos importantes nos portos, aeroportos e no projeto da Nova Ferroeste, que vai viabilizar o escoamento ferroviário da parte Oeste do Brasil, atendendo também o Mato Grosso do Sul e Santa Catarina”, complementou.
Casagrande explicou que o Espírito Santo também tem um bom posicionamento logístico, por estar localizado praticamente no centro do País, ligando o Sudeste ao Nordeste. “Não somos um grande centro consumidor, mas estamos próximos aos principais mercados, como Bahia, Rio de Janeiro e São Paulo, além de contar com um setor portuário bem estruturado. Também trabalhamos para ser um centro logístico, além de investir na melhoria da qualidade de vida e na prestação de serviços públicos de qualidade”, ressaltou.