Lula deve aumentar os ministérios e o tamanho da Esplanada
Aliados reconhecem que expansão servirá para acomodar aliados e ampliar a base política de Lula no Congresso
As promessas do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para expandir o número de ministérios devem resultar na criação de ao menos dez novas pastas.
Aliados do petista dizem que essa estratégia tem o objetivo de aprimorar as discussões de políticas públicas, mas também reconhecem que a expansão servirá para acomodar aliados e ampliar a base política de Lula no Congresso.
A ala liberal da equipe do presidente Jair Bolsonaro (PL) conseguiu emplacar em 2019 um enxugamento no número de ministérios, que atualmente somam 23.
Ao assumir o terceiro mandato de presidente da República, Lula planeja mudar essa lógica –pois, na prática, não representa uma efetiva redução de gastos. O desenho preliminar da Esplanada dos Ministérios prevê ao menos 34 membros no alto escalão do novo governo petista.
Bolsonaro fundiu pastas que Lula quer agora segregar. É o caso das recriações dos Ministérios do Planejamento, Indústria e Comércio Exterior, do Desenvolvimento Social, da Cultura, da Pesca, da Segurança Pública e da Igualdade Racial.
Também devem ser separadas as pastas do Trabalho e Previdência, das Mulheres e Direitos Humanos, além da volta dos ministérios das Cidades e da Integração Nacional, que viraram do Desenvolvimento Regional na gestão Bolsonaro.
Essas são grafias conhecidas, porque já compunham a Esplanada dos Ministérios nas gestões petistas. Já a pasta dos Povos Originários –outra promessa de Lula– será uma novidade.
A expansão dos ministérios deve pressionar ainda mais a capacidade de prédios na região mais central de Brasília.
Lula já tem uma lista de partidos que querem espaço no governo. A candidatura de Lula contou com apoio de dez siglas: PT, PSB, PSOL, Rede, PV, PC do B, Solidariedade, Avante, Agir e Pros.
Além dessas, o presidente eleito pretende ceder ministérios a legendas que podem se alinhar ao governo. É o caso do PSD, MDB, Cidadania, uma ala da União Brasil, além de parte do centrão, que hoje está com Bolsonaro –caso do PP e Republicanos.
O principal desmembramento previsto pelos aliados de Lula é o do Ministério da Economia, comandado por Paulo Guedes. Petistas avaliam que houve uma superconcentração de tarefas –e de poder– em um único ministro. Isso inclusive, segundo essas pessoas, atrapalhou o desempenho da área econômica de Bolsonaro.