POEMA
Peão Ecológico
Silencio!
Vamos lembrar nossos amigos que aqui não estão,
Arrancados que foram do seio desta terra
Em dia de escuridão e trovoada
Quando pelos campos campeavam o gado.
Tudo aconteceu num instante,
Menos que este minuto
Que agora inquieto
Muitos não sabem guardar.
Onde está teu caráter,
Homem e mulher dessas terras
Que sob o ouro do sol colhem as esmeraldas da vida?
Oh! Tu que labutas, e hoje respeitas um pouco mais
A natureza que por ti tanto fez,
Abre mais esse espaço e não te esqueças,
A terra é tua amiga, apesar das tuas loucuras,
Das queimadas que fizeste,
Dos rios que secaste.
Tudo precisa mudar!
Toca o primeiro acorde e o dia começa,
As botas e sapatos batem firmes em compasso
Neste chão que estremece tal qual naquele dia,
Quando longe encontraste a rapariga pela primeira vez.
Tudo aqui está em harmonia e assim pode continuar,
Basta querer respeitar esta terra,
Esta gente, estas árvores, estes rios,
Para de novo ver brilhar os olhos da morena
Que tal qual a lua sorri no crescente.
Ela dança o ritmo aprendido desde cedo,
Guardando valores que sempre farão parte desta gente.
Hoje não estará só,
Forma um conjunto que ao som da música desliza pelo salão.
Risos, pisadas, tropeços, aprendizados.
A vida é assim e assim continuará amanhã,
A dança aqui segue passos, na lida segue a natureza.
Cláudio Loes