Ausência de pontos turísticos do Paraná em lista de tendências do setor deve servir de alerta, avalia especialista

G1-Revista divulgada pelo Ministério do Turismo lista apostas do turismo brasileiro para 2022 e não cita nenhuma atração do estado, nem mesmo as Cataratas do Iguaçu.

O Paraná ficou de fora das atrações listadas pelo Ministério do Turismo na Revista Tendências do Turismo 2022. Na avaliação do professor do curso de Turismo da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Caê Silveira, o “esquecimento” de atrações paranaenses da lista divulgada pelo governo federal deve servir de alerta para o setor.

Nem mesmo as Cataratas do Iguaçu foram listadas entre as apostas divulgadas pela pasta na semana passada. Silveira afirma que a não indicação de pontos turísticos paranaenses tem algumas possíveis explicações, especialmente no cenário pós-pandemia.

O professor pontua, por exemplo, que a pandemia de Covid-19 tem mudado o perfil do turismo no país. Viagens mais curtas, locais fora das principais rotas em ambientes naturais, turismo dentro do Brasil, são algumas das mudanças apontadas por ele.

Caê afirma que cidades paranaenses, como Curitiba e Foz do Iguaçu, fazem parte de algumas listas consultadas pelo Ministério do Turismo para a confecção da revista, mas especialmente nas listagens internacionais.

A diminuição significativa da vinda de estrangeiros para o Brasil tem impactado o setor de turismo do Paraná, em especial Foz do Iguaçu.

“As Cataratas, por exemplo, são Patrimônio da Humanidade, local de natureza. Mas aqui no cenário nacional, a cidade talvez não tenha tanta projeção como local de natureza, e sim de lazer, com o turismo de compra do Paraguai e os resorts, por exemplo”, comenta o professor.

Silveira afirma que neste momento, com o turismo nacional em alta, é necessário fazer uma reflexão sobre como o Paraná tem se posicionado nacionalmente no setor.

Além disso, o professor lembra que novos públicos devem ser considerados, e que novas formas de promover os locais turísticos – para além do que as pessoas já conhecem – devem ser pensadas pelas instituições.