POEMA

Sem piscar

À espera de um sinal claro
Ele ficou em silêncio
Calado feito basalto
Enquanto ela voava mais perto

O zunido aumentou
Era preciso calma
Quase sem respirar
Deslizou para o rio caudaloso

Os pés sentiram o frio
O corpo queria mergulhar
Tirar todo aquele peso
Sentir o frescor de um banho

Vieram muitas outras
Preferiu ficar como estátua
Com os pés fincados no lodo
Ficou até sem piscar

Elas voltaram para a colmeia
E ele imaginou como sair
Sem ter como encontrar nada
Deitou-se sobre uma ramagem

Com a chegada do véu da noite
O sol foi para sua solidão
Ele acabou derrotado pelo sono
Sonhou estar na sua cama

Cláudio Loes

Claudio Loes

Cláudio Loes nasceu em 1959, em Blumenau (SC), residindo atualmente em Francisco Beltrão (PR). É filósofo, engenheiro elétrico, especialista em Educação Ambiental, escritor, poeta e articulista. Membro do Centro de Letras de Francisco Beltrão, Associado Correspondente da Academia Paranaense da Poesia e associado do Centro de Letras do Paraná. Desenvolveu e coordena o projeto Aqui Livros para incentivar a leitura pela socialização e circulação dos livros. http://www.claudioloes.ecophysis.com.br/.