CRÔNICAS

O dia em que o WhatsApp parou

A era digital trouxe avanços indiscutíveis para a forma como trabalhamos e vivemos. A maneira como o mundo se comunica mudou, consequentemente, nos habituamos a usar smartphones com inúmeros aplicativos que facilitam as interações.

Segunda-feira (4) teve um apagão nas principais redes sociais, em consequência disso, sentimos os efeitos da nossa dependência digital. Pessoas ansiosas, revoltadas, desnorteadas,  experimentaram o gosto  amargo da abstinência. 

Neste dia, em que o whatsApp parou, em que o Facebook travou e o Instagram adormeceu, fomos desconectados do mundo cibernético.  Cada um pode perceber o quanto um aplicativo afeta nossas tarefas diárias, seja para mandar uma mensagem importante ou para dar uma “espiadinha” na vida do outro. 

Por algumas horas, tivemos a oportunidade de recordar como era a vida normal de alguns anos atrás, em que não tínhamos as famosas redes sociais. Ficamos off-line para o mundo virtual, apenas, desfrutando o momento real.

A sociedade viveu milênios sem eletricidade, esperavam-se meses para receber uma mensagem importante, poucos tinham rádio ou televisão, quem conseguia comprar um telefone, pagava uma fortuna pelo aparelho e para fazer as ligações. Hoje, muitas pessoas não conseguem viver sem o celular, se acontece uma falha no sistema, logo, começam a surtar.

  Acostumamos com a rotina acelerada e com as mensagens imediatas, mantemos o contato distante que nem percebemos o quanto  vivemos presos às tecnologias. Por isso, vale a pena refletir: Você tem controle sobre o tempo que gasta na frente de um computador ou celular? Como foi a experiência em passar algumas horas sem as redes sociais? Quanto tempo você leva para se conectar com aquilo que realmente é importante?  Consegue viver tranquilamente sem internet?  

 Ainda é possível guardar imagens apenas na nossa memória visual, se distrair com  a família, ter uma boa conversa com os amigos de verdade,  fazer uma refeição sem exibição, ser feliz sem exposição, ainda existe vida fora do celular. Você é capaz de enxergar?!

Joceane Priamo

Joceane Priamo nasceu em Francisco Beltrão-PR, em 23 de maio de 1988. É formada em Letras Português e Literatura pela Universidade Estadual do Centro-Oeste (UNICENTRO) e Pedagogia pela Faculdade Campos Elíseos (FCE), pós-graduada em Docência no Ensino Superior, Antropologia, Educação Especial e Intelectual. Em março de 2021, lançou seu primeiro livro, Francisco Beltrão entre Versos e Sonhos. Participa da coordenação da Via Poesis e como membro do Centro de Letras de Francisco Beltrão, é professora, escritora, poetisa e cronista.