CRÔNICAS

Pais que brigam na frente dos filhos

Durante as rodas de conversas com as crianças do CMEI e também da escola é comum os professores ouvirem dos alunos alguns relatos de brigas dos pais. Percebe-se que os filhos que presenciam os atritos dos adultos são afetados, momentaneamente ou posteriormente, desencadeiam angústias ou até mesmo transtornos atrelados a estes conflitos. É natural que os pais se desentendam de vez de em quando, qualquer um pode estar em um dia difícil, a diferença está em como conduzir uma discussão e o que deve ser evitado de expor na frente das crianças.

O pai e a mãe são os primeiros exemplos de valores das crianças. Mesmo que não compreendam, desde pequenos, os filhos conseguem observar as ações à volta e reproduzir os comportamentos das pessoas com quem convivem. As crianças se assustam quando uma discussão é acompanhada por gritos, xingamentos ou movimentos afrontosos, imediatamente, querem romper o obstáculo, utilizam o choro por não saberem o que fazer para trazer a harmonia de volta.

Presenciar situações de agressividade, seja ela física ou moral, deixa muitas marcas prejudiciais, inclusive atrapalha o desenvolvimento escolar. Para uma criança, os pais são pessoas estão ali para proteger e cuidar dela. Ações violentas são mal processadas e geram sintomas de insegurança, ansiedade e confusão emocional.

Outra situação desagradável é envolver a criança no conflito e esperar que ela tome parte da vida dos pais, seja num momento de divórcio ou situação rotineira. Deve-se evitar falar mal de seu/sua parceiro (a) para ganhar o apoio do filho (a) ou desabafar na frente dele (a) que ainda não compreende as próprias aflições. Se duas pessoas com maturidade, numa relação adulta não conseguem resolver os problemas com diálogo, obviamente, que colocar os filhos no meio das controvérsias só irá agravar ainda mais a situação.

   Portanto, dar bons exemplos é fundamental. Não adianta querer ensinar o filho a não brigar com os coleguinhas na escola se em casa ele é envolvido por um ambiente conturbado. A criança precisa sentir-se segura onde vive e com quem vive. É necessário prezar, em primeiro lugar, pela paz dentro de casa, perceber o ponto de vista da criança e sentir como seria estar na posição dela. Uma boa relação entre os pais é essencial para a formação dos filhos.