ALETHEIA
A famigerada “Terceira Via”
Que não devemos mais ter Bolsonaro na Presidência da República,todos sabem. Não à toa, atingimos a lamentável marca de 500 mil mortos pela Covid-19 no mês de junho, fruto, em grande parte, da ingerência do Presidente. Nesse sentido, a questão do debate, atualmente, concentra-se na busca de um substituto para o atual comandante do executivo.
Quando pôde comprar vacinas da Pfizer, ele recusou as ofertas iniciais. E tudo bem, há quem diga que ele poderia dar um tiro no próprio pé se comprasse naquele período, pois a vacina estava em fase inicial dos testes. Há quem defenda o benefício da dúvida nisso.
Entretanto, a postura prudente de um presidente sério deveria ser a promoção de discursos que incentivassem o distanciamento social, bem como o uso de álcool gel e máscara. Isso não foi visto no presidente, que, ao contrário, resolveu gastar recursos para produção de cloroquina – remédio comprovadamente ineficaz contra o covid-19 – de forma a produzir estoque de pelo menos 15 anos desse fármaco. Issoé inadmissível.
Só que outra coisa também inadmissível é aceitar cogitar eleger Lula em 2022 como via eficaz contra Bolsonaro. Que fique claro, um erro não justifica o outro. O desastre dos governos petistas não devem ser desprezíveis ao ponto de preferir um socialista revolucionário à um genocida. Isso seria optar pelo autoritarismo de conveniência. O Brasil não merece ambos.
A questão que fica é: quem irá representar uma “terceira via” nessa eleição, para fugir do bolsonarismo à direita e ao lulopetismo à esquerda?
A terceira via, termo popular nos debates atuais, representa uma fuga aos autoritarismos que são representados nas figuras de Lula e Bolsonaro. Para uma terceira via, é necessário alguém que seja sério, competente; que não defenda extremismos ideológicos; que seja democrático e que planeje uma boa gestão econômica.
Qualquer um que se encaixe nesse padrão é preferível aos dois líderes políticos citados. Entretanto, temo que não teremos uma verdadeira terceira via até 2022. Essa pessoa já deveria estar se apresentando no cenário da briga pela presidência. E, por isso, é inevitável que viveremos em 2022 a eleição mais polarizada de toda a história republicana.