Erros mais comuns na declaração do imposto de renda
Professor do Centro Universitário Newton Paiva dá dicas para ajudar os contribuintes a fugirem da chamada “malha fina”
A declaração do imposto de renda, que neste ano pode ser realizada até às 23h59 do dia 30 de abril, sempre deixa os contribuintes brasileiros com várias dúvidas. Buscar as informações referentes ao processo é fundamental para evitar cair na malha fina, ou seja, ter a declaração retida pela Receita Federal, podendo gerar multas e outros transtornos.
“Existem inconsistências ou erros no lançamento que não geram aviso por parte do sistema da Receita. Dessa forma, a pessoa só fica sabendo quando já caiu na malha fina” alerta o professor de finanças nos cursos de Ciências Contábeis e Administração , Lucio Flavio Bicalho. Para facilitar a vida dos contribuintes, ele aponta os principais erros a serem evitados no momento da declaração:
1. Despesas médicas sem comprovação ou lançamento de valores incorretos
Segundo Lucio, esse é um dos principais erros cometidos pelos contribuintes. “É importante lançar os valores corretamente, pois essas informações são comparadas às que constam na Declaração de Serviços Médicos e de Saúde (Dmed), que é um registro de todos os serviços prestados nessa área. Também é importante informar se houve reembolso de parte dos valores pagos”, explica o professor.
2. Esquecer de lançar as receitas dos dependentes
Lucio ressalta que este também é um erro bastante comum, pois muitas vezes o dependente é um jovem que trabalhou somente alguns meses no ano, como por exemplo, um trabalho temporário. Também é importante lembrar que para dependente aposentados (pais ou avós) deve-se lançar o valor da sua aposentadoria.
3. Deixar de declarar as receitas com aluguéis
Tanto o proprietário quanto o inquilino devem lançar os valores referentes aos aluguéis pagos ou recebidos. “Quem paga, deve lançar em pagamentos efetuados (mesmo não sendo dedutível para o Imposto de Renda) e quem recebe deve lançar como receita na ficha de Rendimentos tributáveis recebidos de pessoa física e do exterior”, orienta Lucio.
4. Incluir um dependente em mais de uma declaração
Segundo Lucio, essa situação tem sido recorrente. “O caso mais típico é de casais separados que lançam os filhos como dependentes nas suas respectivas declarações. Atualmente, a Receita está exigente quanto a isso, principalmente considerando que todo dependente é obrigado a possuir e informar o CPF.”
5. Aumento do patrimônio incompatível com os rendimentos
Um possível aumento no patrimônio em valores incompatíveis com o total de receitas do contribuinte é também causa de inclusão na malha fina. Alguns fatores podem levar a essa situação, como rendimentos informais e doações recebidas e não declaradas.
6. Omissão de receitas ou rendimentos
Por fim, o especialista chama atenção para a importância de lançar todos os rendimentos e demais receitas. “É comum vermos pessoas que têm outras fontes de renda, além daquela principal, e que não declaram algumas delas. Por exemplo, quem tem um segundo emprego, aposentados que ainda atuam no mercado e pessoas que fazem trabalhos esporádicos. Todos esses rendimentos devem ser declarados, mesmo que sejam valores pouco significativos”, finaliza Lucio.