ALETHEIA

Coronavírus e polarização política: a “inocência” de Lula e caos brasileiro

Que as coisas não vão bem, todos já sabem; o pior, entretanto, está apenas por chegar. Essa semana, vimos com dor no coração a decisão autocrática do STF em inocentar Lula e, ao mesmo tempo, caçar Sérgio Moro. Nesse quesito, para além da desgraça da pandemia, o brasileiro agora deve se preparar para uma polarização ainda maior do que a vista nas últimas eleições, quando chegar a vez de eleger um novo presidente, em 2022.

Antes, porém, é preciso compreender o início de tudo. Em 2018, Bolsonaro se elegeu surfando sobre uma onda de Anti-petismo que aflorava principalmente pelo papel implacável da operação Lava-jato, encabeçada por Moro. O atual presidente, à época, prometeu coisas que hoje não cumpriu, como a agenda de privatizações, e principalmente, o fim do populismo barato que o PT tanto usou para comprar votos e empobrecer o país.

Hoje, o que vemos é uma inversão de valores. Moro, ao sair do governo de Bolsonaro, por não querer interferir na Polícia Federal – e assim dar privilégios ao presidente e sua família –, acaba sendo manchado por ondas de assassinato de reputação pela ala bolsonarista. E o pior é ver a reação do presidente quando vê a cassação do STF sobre Moro: Bolsonaro comemora, enquanto, ao Lula, não se pronuncia. Ao que tudo indica, o presidente enxerga que seu remorso pela suposta “traição” de Sérgio Moro fala mais alto que a ameaça da volta de Lula à presidência, em 2022.

É lamentável que, além do coronavírus, o brasileiro tenha que enfrentar agora a inevitável polarização política que há de vir. Diga-se, Lula e Bolsonaro não merecem governar o país. Um veio primeiro, usurpou do poder com lavagem de dinheiro (mensalão), financiamento de ditaduras e populismo barato, que posteriormente veio a endividar o país. O outro, busca consertar o erro do antecessor, mesmo que até então tudo fique apenas na teoria.

De fato, quando o brasileiro confiou em Bolsonaro para ser a salvação após a era desastrosa de keynesianismo petista, ele errou, indicando petistas na PGR e Ministro no STF que compactuassem com o mesmo pensamento vermelho.

Por último, quando esperávamos por uma luz no fim do túnel, deparamo-nos, infelizmente, com um trem desgovernado.

Matheus Augusto

Matheus Augusto da Cruz, acadêmico de medicina da Unidep, dono das páginas Aletheia, no Facebook e @apriorialetheia, no Instagram