Aplicativos recebem cada vez mais motoristas mulheres
Mayélli Carolina
Sabe aquela frase “mulher no volante, perigo constante”? Talvez ela precise ser reavaliada. Em Francisco Beltrão, as mulheres que trabalham com aplicativos móveis, recebem cada dia mais clientes. Por serem educadas, cientes de horários e por respeitarem os passageiros. Nós entramos em contato com três delas para que vocês conheçam um pouco da vida dessas motoristas beltronenses.
Claudia diz que mulheres são mais atenciosas e afirma que os clientes preferem o atendimento de mulheres. Regina Claudia Schio está na profissão há mais de um ano e construiu uma vasta cartela de clientes. Alguns deles já se tornaram amigos, outros já são exclusivos. “Não posso afirmar que o preconceito ainda exista, mas muitas pessoas ainda se surpreendem ao chamar o aplicativo e se deparar com uma mulher ao volante. Eu comecei para sustentar a casa, mas dirigir é um prazer, e sou uma pessoa que zela pelo cuidado dos passageiros e meu, respeito as leis e procuro dar a devida atenção a cada um deles. Fiz amizades e conquistei clientes”, comentou ela.
Para Lúcia Nunes Sampaio, o início foi como motorista kids (algumas empresas oferecem serviços diferenciados como transporte de pets, bagagem, kids). Ela também iniciou devido a necessidade em ajudar no sustento da casa, já que, vinda de outra cidade, a dificuldade para conseguir emprego foi maior do que pensava. “Com filha pequena para sustentar, renovei minha habilitação com EAR para exercer a função remunerada e, mesmo assim, no início, encontrei dificuldades para me cadastrar. Depois de algumas burocracias, deu certo. Algumas pessoas preferem que mulheres andem com motoristas mulheres (maridos) e algumas mães também preferem que as filhas sejam transportadas por mulheres. Sobre o preconceito, o qual ainda existe, é fato que uma grande parcela da sociedade acredita que lugar de mulher é na cozinha”, desabafa a motorista.
Cíntia Gonçalves é mais nova em apps. Segundo ela, o fato de estar desempregada em meio a pandemia, fez com que buscasse uma alternativa que ainda não sabia se daria certo, mas, ela encontrou uma identificação atrás do volante. Ela também nos contou que, no aplicativo em que trabalha, eram em cinco e hoje, mais de 20. “Primeiro que o passageiro precisa se sentir confortável com o motorista, segundo que, existe sim um preconceito com mulheres motoristas. Mas estamos dominando mercados que antes eram considerados apenas masculinos. Hoje vemos mulheres em lavacar e oficinas mecânicas. Mesmo assim, vale lembrar que temos uma certa fragilidade com relação a alguns aspectos, o que, infelizmente nos faz ter medo em aceitar corridas em determinados bairros em certos horários. Porém, é tudo uma questão de respeito”, comenta ela.
Na foto: Cintia Gonçalves