100 entidades farão apelo direto a Bolsonaro contra o novo pedágio
Será entregue uma carta assinada por 100 entidades regionais do oeste do Paraná a Jair Bolsonaro por ocasião da visita que ele fará a Cascavel amanhã, quinta-feira (4).
Materiais produzidos para impressos, outdoors e mídias sociais vão ampliar as ações do Oeste do Paraná contra o modelo de pedágio com outorga onerosa. A campanha foi lançada nesta quarta-feira (3), no auditório da Acic. Os argumentos que levaram a região a se unir contra a proposta do governo federal foram apresentados pelo presidente do POD (Programa Oeste em Desenvolvimento), Rainer Zielasko.
Mas talvez a ação mais importante será a entrega de uma carta assinada por 100 entidades regionais a Jair Bolsonaro por ocasião da visita que ele fará a Cascavel nesta quinta-feira (4), para inaugurar o CNTA (Centro Nacional de Treinamento em Atletismo). A ideia é apelar ao presidente da República que interceda pessoalmente na questão.
À imprensa, Zielasko informou que a região precisa se unir e cobrar mudanças na proposta, porque do contrário o Oeste seguirá pagando um dos pedágios mais caros do mundo.”Há 23 anos amargamos uma tarifa que castiga o setor produtivo regional e paranaense. Não podemos permitir, como querem, que sigamos com esse cenário por mais 30 anos. Nosso interesse não é por benefícios, queremos apenas isonomia, ser tratados como outros estados que têm tarifas muito mais baixas que as nossas”, disse o presidente do POD, que integra mais de 60 entidades da região, entre elas cooperativas e instituições de ensino.
A outorga onerosa faz com que enormes quantidades de dinheiro sejam enviadas ao governo sem, em contrapartida, garantias na execução de obras .”Já vimos isso acontecer na concessão de 1997 no Paraná, e até hoje isso custa muito caro principalmente às empresas e produtores rurais da nossa região”, lamentou Zielasko. Sem a outorga, a redução nos preços das tarifas, com as novas concessões, poderá chegar a 70%, valor então considerado justo e equilibrado.”Ninguém aqui é contra o pedágio e sim a um modelo que não nos atende, porque poderá comprometer a economia e o desenvolvimento da região”, disse o presidente do Codesc, conselho que representa 60 entidades de Cascavel, Alci Rotta Júnior.
Dois números aumentam os questionamentos e a insatisfação em torno do modelo apresentado pelo governo federal: em 23 anos do atual modelo, mesmo com as irregularidades apuradas pela Justiça, a arrecadação global chegará a R$ 70 bilhões. Com a nova concessão de 30 anos, que afirmam que terá valores inferiores aos atuais, a estimativa de receita no período é de mais de R$ 150 bilhões.”A região não pode e não vai se calar, porque corremos o risco de ficar ilhados por praças com pedágios elevados desestimulando assim, por exemplo, a atração de novos investimentos”, alertou o presidente da Acic, Michel Lopes.”Precisamos estar unidos, atentos e defender nossos interesses”, complementou o presidente da Caciopar, Flávio Furlan. (Foto: Divulgação)