SEMPRE POR PERTO

E Ele Está Aqui – Capítulo 16 – O Grupo de Oração e os Católicos Carismáticos

Na casa de Toni, todas as quartas feiras, estávamos sempre buscando a Deus e orando pelas necessidades uns dos outros. Como os pais de Toni frequentavam a Renovação Carismática da Igreja Católica, vários outros carismáticos vinham participar também. Então a comunhão e a visão do Reino e do modo de agir de Deus foi ampliada em nossas vidas.

O Pr. João Carlos Marques, ministrando na Lagoinha, falou-nos várias vezes sobre suas experiências com os católicos que estavam recebendo a Jesus como Salvador e Senhor e até se batizando nas águas, mesmo permanecendo no contexto original de sua fé. Vários carismáticos em Belo Horizonte vinham assistir aos cultos em que ele ministrava na Lagoinha.

Toni conhecia bem o contexto dos carismáticos através dos seus pais.  Por esta visão mais aberta quanto aos irmãos da renovação, Toni foi convidado a pregar num lugar conhecido como Cenáculo, em Venda Nova. Fomos todos com ele e participamos de uma reunião conduzida pelo líder dos carismáticos naquela localidade. Toni compartilhou com os carismáticos do nosso grupo as experiências que o Pr. João Carlos havia compartilhado. Todos quiseram conhecê-lo de perto.

Foi então que aconteceu o que nenhum de nós jamais imaginaria. Eles desejaram ser batizados nas águas, conforme o ensinamento da Palavra de Deus, por imersão. Como era algo inédito em Belo Horizonte e que seria muito diferente no contexto de Lagoinha, o Pr. Márcio, compreendendo a necessidade e vontade legítima daqueles irmãos, marcou o batismo para a casa do irmão Salomão, um judeu convertido que havia iniciado a frequentar a Igreja.

Aquele grupo de oração, nascido no coração de um jovem universitário apaixonado por Jesus, estava agora influindo sobre perspectivas do Reino muito além de nossa compreensão, para aqueles dias e também para os atuais. Fruto daqueles dias, João Gomes Domingos, carinhosamente apelidado de “Be Good” pela família de Toni, carismático até então, posteriormente tornou-se evangélico e membro de Lagoinha.

Eu também tinha o meu apelido carinhoso, é claro. Chamavam-me de “Big baby”, possivelmente pelo perfil emocional que eu demonstrava então.  Joãozinho era um grande amigo e abençoado guerreiro do Senhor, sempre alegre e lutador, ao qual tive o privilégio de servir como seu pastor em anos posteriores. Hoje João é um dos pastores do Corpo Ministerial da Igreja Batista da Lagoinha.

O discipulado efetivado por Antônio foi fundamental para o crescimento de João e sua caminhada de fé, e entendo que também para mim.  Vários amados da IBL que moravam em nosso bairro se agregaram àquele grupo familiar que estava na casa de Toni.

Todas as semanas havia algo novo de Deus.  Foi nesta época que resolvi pedir minha transferência para a Igreja Batista da Lagoinha como membro e assim, iniciando uma nova jornada de fé, disse ao Senhor: “Se quiseres me usar na Tua Obra, eis-me aqui Senhor, usa-me.”

Assim era a oração de todos nós naquele grupo em que ousaria mais na expectativa do que Deus poderia fazer através de nós. Afinal de contas, se era possível um grupo familiar em nosso bairro, por que não uma Congregação da Igreja Batista da Lagoinha?