ALETHEIA
PT e Bolsonaro: o populismo como câncer no Brasil
O populismo no Brasil está presente há eras, e isso não é novidade a ninguém. Ele se caracteriza por medidas que agradem a grande massa; são ações que fazem com que o líder de governo tenha maior popularidade. Como não é segredo de ninguém, existe mais gente pobre no mundo do que rica. Se alguém quer ter popularidade, deve ser populista com olhar específico para o segmento mais humilde da sociedade. O Partido dos Trabalhadores sabe bem disso, e Bolsonaro aprende a cada dia a gostar mais de beber água dessa fonte.
Disse Dostoiévski (1821-1881), em Notas do Subsolo, que um traço da personalidade do ser humano é que ele não age com bom senso e, principalmente, é um ser ingrato. Ingratidão, do dicionário, significa “qualidade de quem não reconhece o bem que lhe foi oferecido nem a ajuda que lhe foi concedida”. Mas o que isso tem a ver com o populismo acima citado?
Veja bem, um governo pode ser populista, mas isso custa caro. A assistência populista só é mantida às custas do dinheiro de impostos. Ou seja, quanto mais um Estado é assistencialista, maior é sua carga tributária em cima da população. Afinal, “não existe almoço grátis”, como diria Robert Heinlein – mesmo que a frase seja atribuída equivocadamente a Milton Friedman.
Nesse sentido, é interessante pensarmos que quando um Estado se apresenta muito bonzinho, “pai dos pobres”, por outro lado, existe uma mão estendida clamando por mais impostos. E é ai que a ingratidão se encontra.
O povo, principalmente os mais pobres, adoram ver auxílio de qualquer coisa custeado pelo Governo, mas odeia quando recebe a conta para pagar. Existe certa ingratidão nisso. Entretanto, ainda assim, o assistencialismo é endeusado no Brasil – até porque poucos tem ciência dos custos de manutenção de políticas desse estilo. E sobre o assistencialismo, ou melhor, o populismo, fixaram-se as políticas petistas no passado e, hoje, Bolsonaro busca fixar-se.
Os anos de populismo petista resultaram em uma franquia de apoiadores, principalmente nas regiões mais pobres, como o Nordeste brasileiro. Os vermelhos conseguiram, às custas de impostos absurdos, comprar a fidelidade daqueles que as condições de vida fossem precárias. Bolsonaro, hoje, tenta fazer a mesma coisa, usando o Auxílio Emergencial como moeda de troca para comprar a fidelidade política dos antes apoiadores fiéis do PT.
Tudo, como pode-se ver, roda em cima de politicagem. Não temos pessoas comprometidas genuinamente com o bem-estar do povo: a ajuda aos pobres serve apenas como meio para comprar apoio político.
E com isso, vemos a insensatez e falta de gratidão que Dostoiévski preconizou. Insensatez porque, infelizmente, temos um povo pobre refém da ignorância e da miséria, e torna-se compreensível, mesmo que indesejável, a redenção desse ao populismo barato dos políticos. Ingratidão, a meu ver, não pela população, que é enganada, mas sim pelo lado político, que usa de meios imorais com aqueles que os elegeram, única e exclusivamente com o intuito de se manter no poder.
Fica claro com isso do porquê o populismo é um câncer no Brasil.