MENINA DA VALSA
MENINA DA VALSA
(Rubens de Lima CAMARGO)
Bem sabia o músico do trompete
não ser seu som em desafino,
mas a dança da menina, o brilho da valsa
e seus rumos quase sem destino.
Um giro, um abraço, um beijo de batom
dentre laços, lantejoulas e sonhos
ali o trompete, parecendo pistom;
mas, era a menina que queria voar.
E voar bem alto, na mão sapato de salto,
seguindo o músico do trompete,
espalhando orvalho pra manhã.
Era a menina da valsa, descalça.
Do trompete harmonia em nota se solta
da menina da festa, branco em volta,
porque a paz encanta sua alma
e o salão recebe o físico que dança.
Mas o corpo da menina-moça… só dança.
O sorriso só é da festa, não mais criança,
ela solta a alma, encontra um canto,
afaga seu pranto e me estende a mão.
Não há mais lágrima, se ilumina o salão;
Lá no infinito, nasce outra estrela
que faz piruetas, como notas de uma canção.
E para a menina, o trompete se faz coração.
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Rubens de Lima Camargo é Jornalista, Escritor e Poeta; Presidente da ALAP- Academia de Letras e Artes de Pato Branco (Cadeira 21-Plácido Machado); Membro do Conselho de Políticas Culturais de Pato Branco (Por duas vezes); Membro (Presidente) da Confraria Amizade (2022e2023) (Liderança e Voluntariado); Chefe Escoteiro no Grupo Coroados. Orador e Professor de Oratória e Comunicação. (Campeão Paranaense, Brasileiro e Latino-americano de oratória-JCI). Editor do Jornal BR-1010/Correio do Campo. Revista Demoto/Debici. Reside em Pato Branco desde julho de 1955. Obras publicadas: Asas – Poesias para voar; Dos Versos que tem o tempo; Das águas que tem a fonte; Borboletras; Entrelinhas-Nem sempre tortas.