TERRA FÉRTIL
Soneto inspirado na fotografia acima de Edson Santos Silva: casa em que nasceu Lampião.
TERRA FÉRTIL
(Cleusa Piovesan)
Roubo a poesia encravada num toco,
bebo da fonte da vida eterna,
meu pensamento jamais será oco,
mesmo que falte-me braço ou perna.
Tenho tanta ideia manquitolando,
a mente fervilha ritmando a vida,
falte-me a voz, vou assoviando
uma melodia, e terei guarida.
Se do desencanto de árida terra
não brotarem versos de evolução,
chorarei torrão que a verve emperra.
A veia maior de meu coração;
razão/emoção em constante guerra
irão vicejar em um novo chão.
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Cleusa Piovesan – Doutoranda em Letras, Mestra em Letras, com graduação em Letras – Português/Inglês e em Pedagogia; organizadora de dois livros com alunos, e 12 obras de autoria própria; tem participação em mais de 50 antologias e coletâneas; é Acadêmica do Centro de Letras do Paraná, da Academia Brasileira de Letras e Artes Minimalistas, da Associação Brasileira de Poetas Spinaístas, e do Centro de Letras de Francisco Beltrão.