ALETHEIA

Bestialidade no Contorno: Aglomeração e falta de bom senso.

Essa semana, com o novo decreto estadual, vimos uma grande flexibilização nos pontos de comércio em todo o Paraná. Fruto do decrescimento de casos de covid-19, a flexibilização veio após semanas de rigoroso controle de distanciamento social e fechamento de comércios em todo o Estado. Contudo, o que vimos no fim de semana, especificamente no domingo (18), foi uma barbárie em tempos de pandemia: o “contorno”, o alto da Avenida Júlio Assis Cavalheiro, lotado em seus estabelecimentos.

O que mais me incomoda com o acontecido é a falta de empatia de quem ousou em fazer parte dessa bestialidade. Falta de empatia com quem perdeu entes queridos com o covid-19. Também, com quem passa necessidades por não ter dinheiro, com o trabalho fechado.





Imagens da internet, feitas por circulante do local.

É surreal que, dada a flexibilização, o povo teve coragem de já sair e aglomerar, ignorando os riscos de transmissão e contágio do novo coronavírus.

Nesse sentido, quando vemos o Estado sendo arbitrário, decretando fechamento de comércio e circulação, é impossível não achar plausível. Afinal, é coerente tais medidas diante de uma população irresponsável e antipática.

Diante disso, não é novidade alguma que, enquanto a população não criar consciência de seus atos, não adianta proibição estatal na circulação de pessoas. Os erros continuarão sendo cometidos. Porque não estão errados os estabelecimentos, mas sim aqueles que, de forma ignorante, ainda passam a frequentá-los indiscriminadamente.

Por fim, o que é mais indignante, e lamentável ao mesmo tempo, é o fato de que esses que não se dão ao luxo do distanciamento social, só entenderão a relevância do combate ao covid-19 no momento em que sentirem na própria pele o estrago dessa doença, seja na morte de um conhecido, seja na contaminação própria.

Matheus Augusto

Matheus Augusto da Cruz, acadêmico de medicina da Unidep, dono das páginas Aletheia, no Facebook e @apriorialetheia, no Instagram