Diagnóstico precoce ajuda na cura do câncer de pele, orienta médico da Unifesp
O oncologista Ramon Andrade de Mello alerta os pacientes para atenção aos sinais do tumor
O diagnóstico precoce é fator fundamental para a cura do câncer de pele não melanoma. “Quanto mais cedo diagnosticado o tumor, melhores os resultados do tratamento. O aparecimento de sintomas como manchas de pele que coçam, ardem, descamam ou sangram devem ser averiguadas por um especialista. Feridas de difícil cicatrização que não regeneram em até quatro semanas também são motivos para uma consulta”, orienta o oncologista Ramon Andrade de Mello, professor da disciplina de oncologia clínica da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), da Uninove e da Escola de Medicina da Universidade do Algarve (Portugal).
Recentemente, a apresentadora e atriz Marília Gabriela passou por uma cirurgia para a retirada de um carcinoma bosocelular, um dos mais comuns. Segundo o professor da Unifesp, esse tipo de tumor é o mais frequente na população brasileira e representa 30% dos diagnósticos: “A prevenção deve começar na infância, com o uso frequente do protetor solar. Em um país tropical como o nosso, ele é indispensável no dia a dia”.
A apresentadora e atriz Marília Gabriela, de 72 anos, foi diagnosticada com câncer no nariz e passou por cirurgia para retirada do tumor.
No Instagram, Marília publicou uma foto com os curativos pós-cirúrgicos, disse que já recebeu alta e agradeceu a equipe médica.
Ela havia procurado seu médico porque achava que tinha uma espinha no nariz. “Meu querido Dr. Otávio não gostou do que viu e me mandou para exames aprofundados que resultaram, uma semana e meia depois, em uma cirurgia para retirada de um sorrateiro carcinoma basocelular”, escreveu. (Carcinoma basocelular é o tipo mais comum de câncer de pele, correspondente a 75% dos casos. Tem, também, grandes índices de cura).
Ela também deu um conselho para os seguidores: o uso contínuo de protetor solar, “mesmo dentro de casa”. O carcinoma basocelular é provocado pela exposição ao sol.
Pesquisa da Sociedade Americana de Câncer revela que o principal fator para o câncer de pele é a exposição prolongada ao sol principalmente na infância e adolescência. Dados da Sociedade Brasileira de Dermatologia apontam que mais de 60% dos brasileiros não usam nenhum tipo de proteção no cotidiano.
Ramon de Mello explica que a cirurgia geralmente é o tratamento mais indicado tanto nos casos de carcinoma basocelular como de carcinoma epidermoide. “Algumas vezes, há a possibilidade de complementar com a radioterapia. Para alguns casos, pode-se indicar ainda outros procedimentos como a imunoterapia tópica. O mais importante é ficar atento aos sinais e procurar um especialista”.