POEMA
Gosto bolorento
Tarde chuvosa de musgos pegajosos
Tudo pastoso e sem gosto
Até o ar era chama gelatinosa
E as pessoas não saiam do lugar
Todos queriam encontrar certezas
Definições definitivas para tudo
Fingiam uma busca incessante
Para continuarem nos seus faróis
A mudança exige muito esforço
Esforço que poucos querem empreender
A busca de hoje é como a dos antepassados
Quem além dos humanos sabe que irá morrer?
Todo esse medo perdura e se esconde
No gosto bolorento da vã existência
Como seria se não existissem os medos?
Perder-se-iam as discussões levadas pela chuva…
Cláudio Loes