Menta e Pimenta

Maca peruana:benefícios do “Viagra dos Incas”

A maca, raiz nativa do Peru, chegou por aqui prometendo muitas vantagens. Saiba para que ela serve e veja como tirar proveito de seu pó

A planta é massivamente cultivada na China, onde faz enorme sucesso. Mas no mundo todo, incluindo oBrasil, há um certo frenesi em torno dela – fenômeno curioso, visto que a maca é cultivada no Peru desde antes mesmo deos incas formarem seu império. O pontapé inicial da popularização do alimento provavelmente tem a ver com umacaracterística alardeada há tempos: seu poder de aumentar a libido e a fertilidade.

Reza a lenda que, com o intuito de garantir energia ao seu exército, um imperador inca botou a maca na dieta de seussoldados. Mas ele não demorou a se arrepender. Apesar das vitórias conquistadas, parece que o desejo sexual dos homensficou meio, digamos, fora de controle. Por essa e outras histórias, a raiz chegou a receber o apelido de “Viagra dos Incas”.

A maca para os homens com disfunçõessexuais obtiveram vantagens ao comer a raiz. Para as mulheres na menopausa, período marcado por prejuízos na libido, aplanta também animaria os momentos sob o lençol.

A raiz auxiliaria no equilíbrioentre hormônios importantes, como testosterona, estrogênio e progesterona. Tanto é que há enorme interesse em relaçãoaos efeitos da maca na fase da menopausa, quando os níveis de estrogênio despencam.

Parece, contudo, que as vantagens do vegetal andino nesse período não têm a ver obrigatoriamente com os hormônios.

Recentemente, cientistas da Universidade Victoria, na Austrália, testaram a raiz em 29 chinesas na pós-menopausa.

Verificaram que consumir 3,3 gramas do ingrediente por dia não promoveu mudanças hormonais importantes. Porém, asvoluntárias apresentaram redução nos sintomas de depressão e melhoras nos níveis de pressão arterial.

Não é a primeira vez que o pessoal dessa instituição avalia o impacto da raiz nesse público. Em 2008, constatou-se por láque o alimento diminuiu problemas como ansiedade e, de novo, sinais depressivos em 14 mulheres na pós-menopausa.

Além das questões emocionais, a maca teria outro papel bacana nessa etapa da vida: auxiliar na manutenção dosossos, que sofrem com a falta de estrogênio, seu protetor natural. “A raiz possui cálcio e magnésio, minerais essenciais paraa composição do esqueleto”, explica a nutricionista Flávia Morais, da rede Mundo Verde. Segundo a pesquisadora CarlaGonzales, da Universidade Peruana Cayetano Heredia, o alimento seria capaz até de recuperar a massa óssea perdidaespecificamente pelo déficit hormonal.

Boa para todo mundo

Ficou com a impressão de que as mulheres são as mais agraciadas com a presença da maca na rotina? Nada disso. Emdiversos estudos (inclusive um feito na UFTPR), o tubérculo demonstrou seu caráter antioxidante. Ou seja, ele dificulta aformação de radicais livres, moléculas que dão sua contribuição para diversos problemas, como Alzheimer, doençascardíacas e até câncer.

Tanto é que, em estudo peruano com pessoas de 40 a 75 anos, o consumo da raiz foi associado a um envelhecimento mais saudável. “Para as agências regulatórias do Brasil, a maca é vista como um vegetal fonte de fibras e de nutrientes importantes para o organismo”, conta o nutricionista Waldemar Rinaldi, da rede Natue. Há indícios de que esse com boturbina a nossa vitalidade. Para Carla, isso pode ajudar a justificar o elo entre a raiz e a manutenção do desejo sexual.