Sempre por Perto

E Ele Está Aqui – Capítulo 07 – Buscando o Espírito Santo

Estávamos procurando aprofundar a nossa experiência com Deus. Dulciane falava da necessidade de buscarmos o Batismo no Espírito Santo. A irmã Ana sempre nos contava das lindas experiências que tinha com o Senhor. Tudo isto nos movia na direção desta insistente busca, conforme a promessa da Palavra de Deus em Atos 1.8.

Um dia Silas convidou-nos para ir ao monte orar. Foi a minha primeira experiência no alto de um monte. Aquela serra que olhava ainda em minha infância desde a varanda da lavanderia, no apartamento, era o palco da nossa experiência de oração.

Do alto daquele monte avistávamos toda a cidade, contemplávamos os bairros ao longe, maravilhados com a bela vista da grande BH. Ali clamamos pela visitação de Deus em nossas vidas, pelos irmãos, pela cidade, pelo futuro que Deus prepararia para cada um de nós. Era a primeira vez que passávamos algumas horas em oração e adoração.

Ficamos sabendo, eu e a Dulciane, através da irmã Ana, que havia em nosso bairro uma irmã que realizava cultos em sua casa. Tratava-se da irmã Florianice, membro da Primeira Igreja Batista de Venda Nova.

Irmã Flor, como era conhecida, era naquela época uma pessoa muito usada por Deus, cheia do Espírito Santo e muito ousada na fé. Na verdade, muitos de vários lugares iam para os cultos na sua casa, os quais eram muito avivados. Ela recebia irmãos de várias igrejas que a ajudavam no louvor e como apoio nos momentos de intercessão pelas pessoas.

Comecei a frequentar aqueles cultos durante a semana e continuava frequentando a Peniel aos finais de Semana. Irmã Flor orava pelas pessoas enfermas, expulsava demônios de pessoas opressas e pregava evangelisticamente levando as pessoas a fazer a oração da entrega do seu coração ao Senhor Jesus.

Ninguém saia de sua casa sem ouvir que todos éramos pecadores e precisávamos reconciliar com Deus, recebendo-o como nosso Salvador. Se eu havia ouvido o que poderia ser alguém cheio do Espírito Santo, nela eu via o que era ser alguém usado nas mãos do Senhor.

A irmã Flor era casada, tinha um marido muitíssimo educado com todos, não crente, mas que as vezes mandava todo mundo embora, impedindo-a de realizar os cultos. Apenas seus filhos, ainda crianças, a acompanhavam nas reuniões. A irmã Flor sempre orava para que nós recebêssemos o Batismo no Espírito Santo e muitas vezes nos entregava palavras proféticas que diziam o que Deus estava por fazer em nossas vidas.

Eu desejava muito que o Senhor me enchesse e me usasse em suas mãos, a fim de abençoar a vida de outros e leva-los ao Senhor, assim como fui trazido. Certo dia, fomos para a igreja mais cedo. Dulciane agora havia entrado para o Coral Peniel, daí havia o ensaio antes dos cultos.

Ela e a irmã Simone, sua amiga, estavam conversando enquanto esperavam o ensaio e, de repente, Dulciane, como ela mesma nos contou depois, começou a falar em línguas estranhas que jamais havia pronunciado ou pensado. Ela nos disse que estava sim orando para que Deus a enchesse com o Espírito Santo, mas naquele momento se tratava apenas de uma conversa normal entre duas jovens, e, de repente, Deus a tomou de uma forma especial.

Ainda sem entender muito aquilo que ocorrera e porque ocorrera da forma como aconteceu, fomos andando até o ônibus e no ponto conversávamos sobre a benção que ela havia recebido. Afinal de contas o orar em línguas estranhas é um dos dons do Espírito Santo que se pauta em nossas vidas em excelente ferramenta para a oração e a batalha espiritual.

A irmã Ana, no ponto de ônibus junto conosco vindo de sua Igreja, ouviu atentamente o testemunho de Dulciane e, enquanto conversavam, foram ambas tomadas em outras línguas, como testemunho de que o mover de Deus sobre Dulciane era legítimo. Fiquei muito impressionado com tudo aquilo. Via acontecer diante dos meus olhos aquilo porque todos nós orávamos e desejávamos. Apenas não entendia porque havia acontecido com ela e ainda não comigo. Pensei comigo mesmo se havia algum problema entre eu e Deus, algum pecado não confessado, coisas deste tipo. Mas havia paz no meu coração, tudo era uma questão de tempo, de busca e aproximação do Senhor e na hora certa, aquilo que eu tanto esperava aconteceria Quando menos esperei e da forma mais diferenciada possível, fui surpreendido por Deus. Conto isto pra você no próximo capitul

Fernando Alberto Araujo

Pr. Fernando Alberto Araújo -  Ministro do Evangelho Ordenado em 1988 na Cidade de Belo Horizonte pela Convenção Batista Nacional. Atua na Comunidade Batista Betel  desde 1994 em Francisco Beltrão e no Sudoeste do Paraná e Oeste Catarinense. Hoje é Pastor Presidente da CBB Pato Branco.