Aletheia

O racismo e a imbecilidade dos protestos brasileiros.

2020 está longe de terminar e a cada momento novas tensões se erguem para abalar o tecido social. Não bastasse o Covid-19, o mundo agora se depara com as exigências populares sobre liberdade, direitos civis e democracia.

Na última semana de Maio, repercutiu-se no mundo o covarde homicídio policial a George Floyd – preto, desarmado e imobilizado. Covarde porque morreu algemado e asfixiado pelo joelho de um policial de Minneapolis, EUA. Morreu como um cordeiro pronto ao abate, indefeso e suplicante por ajuda: “I can’tbreathe” (Eu não consigo respirar) foi a frase que Floyd reproduziu incessantemente durante os sete últimos minutos de sua vida, enquanto era asfixiado pelo policial.

Esse evento de barbárie repercutiu no mundo inteiro. Enquanto branquelos têm tratamentos totalmente mais brandos, George, evidentemente por ser preto, foi humilhado e covardemente morto. O racismo evidente nesse episódio desembocou na luta de igualdade racial ao redor do mundo. Protestos, levantando multidões, fizeram-se presentes pedindo leis mais duras contra o racismo, além de também clamarem por mais igualdade.

O discurso de protesto evidentemente é genuíno. O racismo esteve presente nos EUA assim como no Brasil. Ambos, fruto da exploração de escravos em seus períodos coloniais. A luta que vivenciamos agora ocorre como estopim à séculos de usurpação branca, que escravizou, explorou e nunca lutou verdadeiramente contra o legado da desigualdade étnica.

No Brasil, o caso mais recente foi do menino João Pedro, 14 anos, preto e morador de favela, que foi morto por policiais com um tiro de fuzil nas costas enquanto brincava em casa.

Nos EUA, com George Floyd, como aqui no Brasil, com João Pedro, a característica covarde e cruel do racismo se evidencia.

Mesmo que nossa Constituição Federal pregue que todos são iguais perante a lei, se não houver luta e enfrentamento ao racismo estrutural, essa “igualdade” nunca será vista na prática. Como disse George Orwell em A Revolução dos Bichos, para ironizar os privilégios de classe, “todos são iguais, mas alguns são mais iguais que outros”. Isso cabe perfeitamente ao racismo.

Por fim, na república das bananas, as lutas são outras. Enquanto o mundo luta por igualdade racial e contra o coronavírus, no Brasil, babacas de direita pedem a cassação do Supremo Tribunal Federal(STF) vestidos à laKuKluxKlan, além de pedirem a volta do AI-5. No outro lado, idiotas de esquerda detonam e vandalizam as cidades pedindo democracia a base de porrada. Ambos, enfeitam o cenário ridículo brasileiro, marcado por injustiças, ignorâncias e muito ódio.

Matheus Augusto

Matheus Augusto da Cruz, acadêmico de medicina da Unidep, dono das páginas Aletheia, no Facebook e @apriorialetheia, no Instagram